Novos companheiros inesperados!

“Sabes ratinho – continuou a cabra-montês baixinho para ninguém mais ouvir – eu nunca subi até ao topo da montanha… A verdade é que sempre tive algum receio de subir até tão alto”.

Depois de um curto momento de silêncio, o ratinho sorriu e respondeu:

“Então amigo… Todos nós temos medo de vez em quando, é perfeitamente normal! O mais importante é tentar ultrapassá-lo!”

Nisto, a cabra-montês interrompeu-o, entusiasmada:

“Tens razão, tens razão! Eu há muito tempo que queria subir até ao topo da montanha, e vai ser com vocês, os meus novos amigos, que vou conseguir!”

“Vamos lá a isso!” – respondeu-lhe o ratinho.

A cabra-montês e o ratinho juntaram-se então aos restantes membros do grupo e, depois de contarem algumas histórias divertidas entre eles, foram descansar: esperava-os uma longa subida até ao topo da montanha no dia seguinte.

De manhã, bem cedinho, o grupo de amigos iniciou a sua subida!

Como era o animalzinho mais pequeno de todos, o ratinho foi nas costas da cabra-montês, à frente de todos os outros e a liderar a frente da expedição.

Como só o ratinho sabia o segredo da cabra-montês, de vez em quando sussurrava-lhe ao ouvido:

”Vamos, estás a ir muito bem… Coragem, vamos!”

E, com isto, a cabra-montês continuava, confiante, a sua subida, mostrando aos seus amiguinhos qual o caminho mais seguro e mais fácil, parando de vez em quando para admirar a beleza da sua montanha.

Se para a ágil raposa e para o veado-vermelho, com as suas longas e fortes patas a subida não era muito difícil, para a toupeira, com a sua falta de visão… A história era outra.

Por isso, de vez em quando, lá tinham que esperar um pouco mais para que a toupeira continuasse a subir.

Estes momentos eram muitas vezes coloridos com algumas gargalhadas dos restantes companheiros de expedição.

Mas, para além das gargalhadas, surgia também o incentivo:

“Tu és capaz toupeira, anda daí, estás quase!”, diziam os seus amigos em uníssono.

E a toupeira lá seguia… Quando a subida era um pouco mais fácil, o veado-vermelho ajudava-a a descansar, levando-a nas costas.

E assim, este improvável grupo de amigos, lá iam subindo a montanha à procura da lenda do ninho de codorniz.

Eis que, num momento de pausa, a toupeira levantou a cabeça, e disse:

“Se o meu olfato não me engana… Não estamos sozinhos!”

“Então toupeira, estamos já quase no topo da montanha… Quem teria coragem de subir até tão alto?”, disse a toupeira.

“Raposa, tu já sabes que o meu olfato não engana.”, respondeu-lhe a toupeira, ao mesmo tempo que se afastava lentamente do grupo à procura do cheiro que lhe tinha chamado a atenção.
“Toupeira, não te afastes, ainda te perdes!”, gritou-lhe a cabra-montês, enquanto a toupeira desaparecia do seu campo de visão.

Pouco depois, os amigos ouviram a toupeira gritar, com entusiasmo:

”Aqui, venham cá! Venham cá ver o que eu descobri!”

Rapidamente, o grupo composto pelo veado-vermelho, pela raposa, pela cabra-montês e pelo ratinho se pôs a caminho e, em menos de nada, deram com a toupeira… Que não estava sozinha.

Junto a ela, uma cabra-montês… e uma marta!

Ora, se uma cabra-montês não era assim tão estranho de encontrar num ponto tão alto da montanha, já a marta, que habitualmente habita nas zonas profundas da floresta…

“Olá!”, começou logo por dizer a marta simpaticamente, logo continuando “Ena, vocês são tantos… O que fazem aqui tão alto, quase no topo da montanha?”

”Podíamos perguntar-vos o mesmo.”, respondeu-lhe a raposa, algo desconfiada.

Mas, antes que a marta pudesse responder, a cabra-montês que acompanhava os nossos amigos virou-se para aquela que acompanhava a marta e disse-lhe, com alguma timidez:

“Olá, mana…”

Todos os animaizinhos olharam para ela, surpreendidos, ao que ela continuou:

“É a minha irmã mais velha…”

“A melhor trepadora de montanhas da família!”, interrompeu ela, notando-se orgulho na sua voz.

“Estou muito surpreendida em ver-te neste ponto da montanha, maninha… Pensei que não gostasses de subir até tão alto…”

Nisto, o ratinho interviu: “Pois é, mas olha, ficas a saber que a nossa amiga cabra-montês tem sido uma excelente guia, muito corajosa e sábia!”

”Fico contente por sabê-lo!”, respondeu prontamente.

“Mas ainda não responderam à pergunta da raposa…” – interrompeu o veado-vermelho – “Porque estão neste ponto tão alto da montanha?”

Sorrindo, a marta respondeu-lhe:

“Então… Eu e a minha amiga cabra-montês estamos à procura da lenda do ninho de codorniz! Conhecem-na?”

A raposa e o veado-vermelho irrompem subitamente numa gargalhada.

”Pois… nós também!”, disse-lhe a raposa.

“A sério?” – respondeu-lhe a marta, um pouco surpreendida – “E se fizéssemos os últimos metros até ao topo da montanha juntos?”

Será que esta nova equipa vai subir até ao topo da montanha? O que irá acontecer quando descobrirem a Lenda do Ninho de Codorniz? Descobre a resposta a estas perguntas no próximo post, dia 5 de maio, aqui no blog Dá a Mão à Floresta.

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