Sapinho-de-verrugas-verdes

O “SÁBIO” SAPINHO-DE-VERRUGAS-VERDES

Estória – sapinho-de-verrugas-verdes (Dá a Mão à Floresta)

Um sapinho-de-verrugas-verdes, no meio de um charco, cantava a mais bela melodia que a doninha-anã e a raposa já tinham ouvido.

“Aqui estás, velho sábio sapinho! Procurei-te por toda a parte!”, exclamou a doninha, com alívio e entusiasmo.

“Outra vez essa história? Não tenho um momento de descanso!”, desabafou o sapinho, com desagrado. “Desculpem lá mas hoje não vou ajudar ninguém, estou numa missão importantíssima!”.

“Oh velho sábio, sei que também mereces ter tempo livre para praticar as tuas canções… se calhar até tens uma banda e estás a ensaiar, mas este é um caso de extrema importância!”, insistiu a doninha, com educação.

O sapinho interrompeu de vez a sua canção e, com um salto, chegou perto dos dois mamíferos. “Em primeiro lugar, só porque tenho muitas verrugas não quer dizer que já seja velho… Eu já nasci assim! Em segundo lugar, eu não sou sábio! Toda esta confusão começou quando, num certo dia, um antepassado meu ensinou os javalis a comer bolotas e eles, como são muito faladores, espalharam o boato de que os sapinhos-de-verrugas-verdes sabem tudo! Mas eu não sei!”, exclamou, desesperado.

“Ora, ora! Então fiz este caminho todo para nada?”, disse a raposa, com um sorriso matreiro.

“Oh raposa, aqui o sábio sapinho está só a ser humilde. Ele já ajudou muitos animais da floresta a resolverem os seus problemas!”, respondeu, muito despachada, a doninha.

O sapinho chegou ainda mais perto e disse, em voz baixa: “Eu sei que costumo ajudar, porque não consigo ver os animais em apuros e não fazer nada. Mas é verdade quando digo que não sou sábio… quem me dera saber tudo…”.

“Passa-se alguma coisa, sapinho?”, perguntou a raposa, que reparou no ar tristonho do pequeno anfíbio.

O sapinho respondeu: “Não, está tudo bem… Vocês não me conseguiriam ajudar, de qualquer forma…”.

Estória – sapinho-de-verrugas-verdes (Dá a Mão à Floresta)

“Anda, se há coisa que aprendi hoje foi que, com ajuda, tudo fica mais fácil. E se tu já ajudaste tantos animais, também tens que deixar que te ajudem a ti!”, disse a raposa, colocando a pata carinhosamente sobre as costas do sapinho.

“Eu tenho um pouco de vergonha em falar disto… mas a verdade é que ando à procura de noiva e não encontro nenhuma sapinha que goste de mim. Eu bem passo os dias a cantar… mas até agora, nada.”, disse o sapinho, envergonhado.

“Mas, sábio sapinho, o teu cantar é tão bonito! Não é, raposa?”, disse a doninha que também colocou a pata no ombro do sapinho. A raposa respondeu que era o cantar mais belo que já tinha ouvido. Nisto, a doninha, muito agitada, deu um salto e gritou: “Já sei! Venham comigo, rápido!”.

O sapinho e a raposa, sem saberem que dizer, seguiram a doninha que correu a alta velocidade. Por entre sobreiros e azinheiras, os três correram até pararem precisamente no buraco destruído da doninha.

“Depressa, todos juntos conseguimos reabrir o buraco. O sábio sapinho, com as suas patas pequenas mas flexíveis, amolece a terra que eu acabo de furar, e tu, raposa, só tens que atirar a terra para fora com a tua grande cauda”, disse a doninha, muito entusiasmada.

“Eu não acredito, doninha! Este pobre sapinho está tão triste e tu só pensas em reabrir o teu buraco?”, resmungou a raposa, zangada.

A doninha colocou-se em posição de escavar e respondeu: “Confiem em mim. Vamos, toca a mexer as patinhas!”.

O sapinho, desanimado por achar que nunca iria encontrar uma noiva, começou a amolecer a terra, para esquecer a sua tristeza. A raposa acabou por se juntar a eles e os três trabalharam até o buraco ficar completamente reconstruído.

“Bem, até já!”, disse a doninha, que se enfiou no buraco já aberto e desapareceu.

Estória – sapinho-de-verrugas-verdes (Dá a Mão à Floresta)

A raposa ficou furiosa por se sentir enganada, mas o sapinho disse-lhe que perdoasse a doninha, uma vez que nada poderiam fazer para o ajudar.
Quando se preparavam para voltar para o charco, a raposa e o sapinho foram surpreendidos pela doninha que saltou para a frente de ambos, com um grande ramo de rosas vermelhas.

“Gosto sempre de guardar estas rosas nos meus túneis. Dão um cheirinho mesmo muito agradável! E sabem que mais? As meninas adoram flores! Vamos, sábio sapinho, com o teu cantar e este belo ramo, vais encontrar uma noiva num instante!

Será que a doninha-anã e a raposa vão ficar amigas? E o sapinho-de-verrugas-verdes, será que vai conseguir encontrar uma noiva? Não percas a resposta a esta e outras perguntas no próximo post, dia 2 de agosto, aqui no blog Dá a Mão à Floresta.

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