Depois de uma pequena pausa, onde todos aproveitaram para descansar, os animais colocaram-se novamente a caminho da casa do aniversariante, o Papa-Figos.
“Olhem! Olhem! O ninho do Papa-Figos é já ali!”, exclamou, com grande entusiamo, o Camaleão.
“Não acredito, o Papa-Figos mora naquela árvore?”, perguntou o Urso com um ar surpreendido.
Apesar de mais ninguém fazer essa pergunta em voz alta, todos os animais partilhavam o mesmo ar de espanto.
“Mas que Figueira enorme!”, exclamou o Texugo.
A surpresa, ao verem a nova casa do Papa-Figos, era talvez maior que a que os animais estavam a preparar ao aniversariante. Uma grande Figueira, com troncos robustos e de forma escultural. Mas, mais surpreendente, eram os infinitos figos que se dispunham como estrelas, tornando-os impossíveis de contar. Parecia um verdadeiro paraíso.
“Bem, chegou a hora amiguinhos! Estão prontos?”, perguntou o Ratinho em direção a todos os animais, interrompendo o deslumbre notável das suas caras.
“Sim, até já estou a ficar um bocado nervoso!”, respondeu o Urso.
“Acho que isso é fome Ursinho, depois daquela bela soneca…”, disse o Camaleão soltando um largo sorriso.
“Agora que falas nisso, já comia qualquer coisinha!”, respondeu o Urso esfregando a barriga.
Os animais aproximavam-se do novo ninho do Papa-Figos ao mesmo tempo que combinavam a surpresa.
“Como vamos fazer, amiguinhos?”, perguntou a Raposa com um tom pensativo.
“Eu acho que tenho uma ideia!”, respondeu o Camaleão com grande certeza.
“O que acham de eu trepar até ao ninho do Papa-Figos, enquanto vocês se escondem do outro lado da árvore?”, continuou a explicar a sua ideia.
“Vou-lhe dizer que está um enorme e suculento figo acabadinho de cair no chão! O que acham?”, perguntou o Camaleão aos seus amiguinhos.
“Bela ideia, Camaleão!”, respondeu o Ratinho com satisfação.
“Para um animal tão pequenino, tens ideias muito grandes!”, disse em tom de brincadeira o Urso.
Depois de uma pequena gargalhada, os amiguinhos concordaram em esconder-se no outro lado da árvore.
“Vai ser muito engraçado, o Papa-Figos não deve estar mesmo a contar com esta surpresa!”, disse o Flamingo enquanto dobrava as suas patinhas.
“Vamos fazer pouco barulho, o Papa-Figos ouve muito bem ao longe”, pediu o Texugo um pouco de silêncio aos seus amigos.
O tempo passou, e ainda não havia notícias do Camaleão nem do Papa Figos.
“É estranho estarem a demorar tanto tempo!”, exclamou o Urso depois de um longo silêncio.
“Será que o Papa-Figos não estava em casa?”, perguntou o Ratinho com um ar desanimado.
“Se assim fosse, o Camaleão já tinha voltado. Já passou muito tempo!”, afirmou o Flamingo com grande certeza.
De repente, sem ninguém contar, ouviu-se um som muito bonito do outro lado da árvore. A atenção dos animais voltou-se para a melodia.
“Que será isto? De onde vem este som maravilhoso?”, perguntou o Ratinho com grande espanto.
“Vamos ver o que é amiguinhos?, perguntou o Urso sem tirar os olhos do lugar de onde vinha a melodia.
“Sim, temos de descobrir de onde vem este som lindíssimo!”, disse o Ratinho.
E assim foi, os animais descobriram a origem da melodia. Uma esbelta Papa-Figos cantarolava um som hipnotizante! Todos chegaram mais perto enquanto contemplavam aquela beldade da natureza.
Pouco tempo depois, o som abrandou lentamente até terminar por completo.
“Surpresa!”, disse o amiguinho Papa-Figos que chegava junto com o Camaleão.
Os animais ficaram sem reação. O que eles achavam que seria uma surpresa para o Papa-Figos, tornou-se uma surpresa para eles mesmos. O Papa-Figos decidiu preparar uma surpresa para os animais com a ajuda do Camaleão.
“Mas, mas, como é que sabias?”, perguntou o Urso muito confuso.
“Calma Ursinho, eu já explico.”, disse o Papa-Figos.
“Primeiro, bem-vindos à minha nova casa e, mais do que isso, gostava que conhecessem a minha amada Papa-Figos. Concerteza já ouviram a sua voz lindíssima!”, disse com um olhar apaixonado o Papa-Figos.
“Como não poderíamos ouvir, Papa-Figos? Ficámos completamente hipnotizados!”, afirmou, ainda desnorteado, o Ratinho.
“Preparei esta surpresa para vocês com a ajuda do Camaleão, sem ele não conseguiria.”, disse o Papa-Figos.
“Então tu sabias desde o início, Camaleão? Que malandreco!”, disse o Urso com um enorme sorriso.
“Não foi por mal, amiguinhos. Fazia tudo parte do plano.”, afirmou o Camaleão com uma enorme gargalhada.
“Consegues mudar mesmo bem de pele, Camaleão. Nós não desconfiámos de nada!”, disse o Texugo.
“Consegues sempre surpreender-nos, Papa-Figos!”, afirmou o Flamingo.
“Agora venham, amiguinhos! Tenho muita comidinha preparada para vocês! Mel para o Ursinho, queijo para o Ratinho, e frutinha para todos nós. E, como podem ver, figos é o que não falta!”, disse em forma de convite, o Papa-Figos.
“Viva! Viva!”, afirmaram todos com enorme felicidade.
“Ah, e mais uma coisa amiguinhos! Não me posso esquecer. Todos vocês que estão aqui presentes são muito importantes para mim. Por isso, estão todos convidados a celebrar o Natal aqui na minha nova casa!”, acabou por dizer o Papa-Figos.
“Yupi! Yupi! Obrigado Papa-Figos!”, disseram todos os animais em uníssono.
A festa de aniversário do Papa-Figos continuou assim, divertida, até de madrugada. Nesse dia, todos criaram laços ainda mais fortes que certamente nunca irão esquecer. Cuida dos teus amigos para que eles cuidem também de ti. E nunca te esqueças, a amizade é muito importante, não só no Natal, mas em todos os dias do ano!